Wednesday, November 30, 2011

Nossa querida orquídea, Olga

O último domingo, dia 27, foi uma data especial, já que comemoramos 3 meses de casamento. Eva, fiel adepta dos presentes, não perdeu tempo e tratou de trazer para casa um mimo, a orquídea que passamos a chamar Olga. Ela é uma Phal superbonita, com folhas bem viçosas e grandes, duas hastes e duas flores além de vários rebentos, sinal de que terá uma floração de tirar o fôlego. Escolhemos um lugar que nos pareceu favorável ao seu desenvolvimento, perto da janela que dá para a parte da frente de casa, onde sempre há uma luz suave que lhe animará os dias. Podemos dizer que agora Efigênia, Tatiana e Raquel ganharam mais uma irmã. Ah, e Anastácia, mais uma prima. Ah! Ah! Ah! Grande ranchada de orquídeas. A prole vai aumentando rapidamente. Logo logo teremos um verdadeiro orquidário. Temos acompanhado nossas meninas que ficaram no Brasil sob os cuidados da Clarinha, que se tem revelado uma exímia cuidadora de orquídeas, pois, em pouco tempo, conseguiu ajudar nossas queridas meninas a ganhar novas raízes, êxito que ainda não tínhamos alcançado. Com uma tia assim, a vida sempre floresce. Bem, esperamos que Olga se sinta confortável e goste do seu novo habitat. Qualquer coisa, pediremos uma dicas da tia Clarinha. Ah! Ah! Ah!

Tuesday, November 29, 2011

Pé na estrada


Durante o feriado de Ação de Graças, resolvemos seguir a sugestão do pessoal daqui e visitar o Kensington Park. Programamos o GPS e, zás!, lá fomos felizes e contentes pela estrada afora, com 20 milhas de asfalto pela frente, o que equivale aproximadamente a uns 30 quilômetros. Com uma estrada de tirar o chapéu, a viagem foi curta; em poucos minutos já estávamos no nosso destino, o Kensington Park. Quando lá chegamos, fizemos um primeiro reconhecimento do local ainda de carro, até chegarmos a um espaço que reproduz o ambiente rural existente por aqui outrora. Achei muita graça do conceito de fazenda ressignificado, pois o que habitualmente costuma remeter para as noções de precariedade, simplicidade, falta de conforto, carência de sofisticação e barbárie, sempre em tensa relação com as representações comuns do ambiente urbano, a velha dicotomia campo vs. cidade, naquele pequeno reduto do Kensington Park foi reconstruído de forma diferente. O que se vê ali não é nada singelo: grandes construções, celeiros de encher os olhos e caminhos recobertos com asfalto, para que ninguém suje os sapatos com a terra. Em resumo, um lugar domesticado. O que pretensamente deveria ser "natural", passou a ser "civilizado" e asséptico; uma versão enlatada de fazenda. Depois, à procura de algo mais telúrico, fomos experimentar uma caminhada pelas trilhas do parque. Aí, sim, deu para nos sentirmos como se estivéssemos voltado no tempo e fôssemos autênticos membros do Wandervogel, percorrendo sendas nos bosques. Foi um passeio muito divertido, com trilhas cheias de meandros, sob as árvores despidas pela ação incessante do frio. Ao longo do percurso, tivemos direito a alguns encontros com pássaros amigos e esquilos acrobatas.

Neve




Pois é, foi hoje!
Há dias que esperava pela neve. Desde a semana passada que esperava pela neve. Inicialmente, a previsão seria de que ia nevar no domingo, depois na segunda, depois terça, mas nada! Aí desisti de ver a meteorologia! Contudo, hoje à noite, depois de falar com a minha mãe fui até à janela e achei que alguma coisa estava diferente, demorei um pouco a entender o que seria (Airi, nada de comentar!) mas depois entendi : estava a nevar!!!
Foi super emocionante, claro já vi nevar algumas vezes e é sempre mágico, mas nunca morei num sítio onde nevasse (há uns anos nevou 5 minutos em Lisboa, deu direito a um telefonema da avó a dizer para irmos à janela que estava a nevar, da tia a dizer o mesmo e notícia de telejornal), então vêem que é mais que uma excitação pessoal, eheheh.
Bom, eu queria ir passear na neve, mas não tive companhia, o horário não motivou o meu companheiro e, assim, decidi tirar umas fotografias. Não estão aquela especialidade, mas eu acho bonitas...

Friday, November 25, 2011

Thanksgiving




Depois de grandes expectativas (nossas e de quem nos acompanha à distância) tivemos o nosso Thanksgiving: um dia americano numa casa americana! Pois é, a minha orientadora (Brenda, para quem ainda não sabe o nome) inesperadaente convidou-nos para passarmos o dia com eles e lá fomos. ainda bem que fomos, porque foi um dia muito bom. Como é diferente ver as pessoas no seu habitat natural. Ela estava super descontraída e o marido dela, Todd, é super simpático, assim como o filho. Então, conversamos bastante e comemos muito, também! Ela gosta de cozinhar e cozinha muito bem! Preparou um almoço com todo o requinte para nós, uma mesa linda e bastante comida! Além do perú e do cranberry sauce, comem puré de batata, feijão verde, uma coisa que se chama "dressing" (muito bom!) uma mistura de cranberrys, com batata e maçã (e mais umas coisas que não entendi o que eram) assado no forno, uns pãezinhos caseiros e um puré de batatat doce e inhame que é maravilhoso! (desculpem a descrição, mas acho que estou com fome, eheheh). então, comemos bastante e conversamos bastante também. Por sorte, o marido dela é um tagarela então tivemos sempre assunto, eheheh.
Contudo, não é como a casa da avó nem da Chefa, saímos sem tapawere! (fiquei cheia de pena. porque gostaria de repetir tudo aquilo, eheheh).
Além disso, o facto de haver um dia especial, dedicado a agradecer aquilo que nos acontece, foi algo que teve um efeito em mim. Não sei porquê, foi uma semana em que reflecti bastante, sobre o caminho que tenho feito, a importância das pessoas na nossa vida e como era bom ter essas pessoas. Acho que foi uma reflexão tão boa que as minhas insónias terminaram e, finalmente, consegui dormir bem. Não há nada como dar valor ao que se tem para deixar de se termer o desconhecido...

Wednesday, November 23, 2011

An american way of life

Hoje, véspera do dia de acção de graças, praticamente feriado tivemos um dia bem tranquilo. De manhã fomos para a Student Union trabalhar (tenho que postar aqui umas fotos do lugar porque é de fazer inveja!) e achamos que seria bom irmos ao cinema ao fim da tarde. Sim, finalmente descobrimos que a cidade tem cinema, mas guess what, na auto-estrada, eheheh. Na semana passada perdemo-nos na rota do GPS e passamos por um espaço enorme, tipo centro comercial, mas só de cinemas (afinal é a américa, eheheh) e hoje decidimos ir experimentar. Bom, o cinema é qualquer coisa, é enorme. Imaginem um centro comercial mas só de cinemas, além dos baldes de pipocas (mãe, só lebrava de ti. para alguém que gosta do King será uma experiência, eheheh). O mais estranho é que estava cheio. Apesar de imenso, parce que tem público para tudo isso... bom, como faltavam quase duas para a nossa sessão decidimos ir comer ao McDonald's que era do lado e, afinal, ainda não tinhamos experimentado. Eu achei super bom, apesar de ter o sabor igual em todo o lado. Decididamente são as melhores batatas fritas que já comi até agora (não se o que eles põem nas batatas aqui, mas têm sempre um sabor esquisito). Até o Cris gostou. Acho que ele ficou satisfeito com o tamanho extralarge de tudo, pelo preço de normal, ehehe. Contudo, não sei o que se passa aqui, porque esses lugares onde nós vamos só tem gente esquisita, mas acho que isso faz parte da experiência de frequentar os lugares populares aqui (desculpem a incoerência, mas depois de tanta experiência nova, somada ao horário dá espaço a estes lapsos) então acho melhor ficar por aqui. Amanhã teremos mais!

Tuesday, November 22, 2011

Preparativos para o Thanks Giving

Eu sei, é so quinta-feira, mas o evento aqui é quase mais importante que o Natal, então para eles já começou na semana passada e hoje, oficialmente, foi o último dia de trabalho. Amanhã, técnicamente é dia de trabalho, mas na prática está tudo sem funcionar. Aulas canceladas e laboratórios fechados. Gostei!
Acho que como é, praticamente, o único feriado que eles têem festejam à grande!

E novidade, novidade... fomos convidados para passar o dia com a minha orientadora e a família. Que máximo. Fiquei bem feliz que ela me convidou e, assim sempre terei oportunidade de ver "in loco" como se festeja o dia. Claro que eu já tinha aqui umas receitas de peru e o tal das cranberrys para fazer o molho, mas terei que esperar por uma próxima oportunidade para me iniciar nessas lides (não é mau, porque o perú tem no mínimo 8 kg (ou seja 16 libras, não me apanham de novo!) o que seria de mais para nós os dois. Dava até para imaginar os tapawares das próximas semanas, ehehehe.

Saturday, November 19, 2011

Sábado invernoso

Acho que ainda não estou muito expert sobre o que relatar no blog, nem o tom em que se deve fazê-lo. Durante o dia lembro-me de bastantes coisas que seria engraçado contar, mas quando chego a casa nada me ocorre...
Contudo, pelos emails que vou recebendo, apercebo-me que muito mais pessoas do que eu imaginava vêem aqui ler o que escrevemos e isso serve de alento para desenvolver a escrita. Então, o que posso contar?!
Hoje de manhã fomos a um mercadinho popular que tem no centro da cidade. Hoje está um dia bem invernoso, cinzento e frio e soube bem andar nas ruas. O mercado estava bem movimentado, pelos visto é um destino típico de Ann Arbor e, por isso, os preços não são de mercado, mas de atracção turísticas. Tudo bem, já estamos habituados!
Eu que pretendia comprar uns legumes biológicos para a sopa dei-me mal, porque tudo tinha um preço hiper-inflaccionado e um tamanho inversamente proporcional ao preço. Então, compramos apenas umas maçãs e umas couve-flores. Contudo, como aqui o entretém das horas livres é o consumo, continuamos! Até que vimos uma estruturada fechada, na continuação do mercado com umas lojinhas com muito bom aspecto (Isso é o problema aqui, as lojas são lindas, tudo com muito bom aspecto e quando vamos pagar percebemos que deveriamos ter tido cuidado, eheheh). Bom, continuando, uma dessas lojas é um mercado que tem uma banca de peixe e como ainda não tinhamos conseguido comer peixe aqui achamos que seria uma boa. Vimos que havia um peixe a U$14 a libra (embora nenhum de nós fizesse ideia o quanto era a libra, embora se a milha é mais que o km seria lógico que a libra fosse mais que o kg, pensei eu) e achamos que seria uma boa comprar. Já compramos dois para rentabilizar. Nisto a mulher a arranja o peixe e entrega super bem embalado num papel branco. Eu comento com o Cris que em qualquer lugar o peixe tem péssimo aspecto, cheira mal, mas aqui fica uma coisa super bonita. Ele comenta a assepsia destes lugares e estamos fascinados com as nossas aquisções, até que vamos pagar,,, pois, quando vimos o preço daqueles dois peixinhos, U$30. Uups! E agora? Bom, agora nada feito senão pagar, mas não entendemos como deu aquele preço e o passeio já perdeu a graça. No carro eu tento minimizar o gasto, são dois peixes para nós os dois dá duas refeições para duas pessoas, mas mesmo assim uma fortuna. O Cris está indignado e quando chega a casa vai directo para o computador para ver quanto é, afinal, uma libra: 400gr. Explicado! Mas não é um absurdo?! É impossível ser saudável aqui. Agora, começo a entender porque todos comem comida congelada, por U$3 tem refeição completa, sem ter que cozinhar e sem loiça para lavar no fim. Mais um pouco e fico adepta, também! Mas pelo menos, o peixe deu um excelente almoço, era muito bom, mesmo, embora o Cris tenha achado que lhe soube a pouco...

Wednesday, November 16, 2011

Já um mês

Faz hoje um mês que chegamos e, por um lado, parece que passou muito rápido mas, por outro lado, de tanta coisa que se viveu parece mais tempo. Acho que ao fim deste mês já nos começamos a sentir em casa. Já não nos surpreende os quatro corredores de comida congelada no supermercado, nem os dois de leite, mas confesso que ainda me choca o pouco cuidado com o meio ambiente. Aqui ser ecológico é utilizar papel reciclado, então para alguém que está habituada ao estilo alemão de ecologia há coisas que chocam...
Uma coisa impressionante aqui é a diversidade, tem de tudo e em quantidade. O mesmo relativamente aos estudantes, tem estudantes de tudo quanto é lado, em especial dos países asiáticos. É muito engraçado, porque há locais, tipo o bus, em que se vê mais asiáticos do que o inverso. No bairro onde moramos só tem famílias chinesas, quando eu digo só, é mesmo só! Eu brinco com o Cris a dizer que moramos no bairro das minorias étnicas, mas aqui nós é que somos a maioria... é muito engraçado, porque os chineses que vêm para cá estudar não são tão jovens, então trazem toda a família: esposa, filhos, sogra... então, durante o dia, enquanto eles estão fora, os elementos femininos, que ficam em casa, juntam-se todas com as suas crianças e andam por aí. De início eu pensava, frequentemente, que se para nós esta era uma cultura estranha, como seria para eles? Esse é um mistério que, por agora, ainda se mantém.

Thursday, November 10, 2011

Experiências

Hoje, ao contrário das expectativas de muitos, fiz a minha primeira refeição de tupaware. Para aqueles que não sabem (possivelmente porque não leram os posts anteriores, eheehh) aqui o hábito é cada um levar para o laboratório um tapaware com o seu almoço que aquece no micro-ondas e come em frente ao computador, ou nas aulas (pior ainda!).
Confesso que, de início, achava isso bizarro e insitia em comer na rua, mas várias coisas começaram a fazer-me pensar que seria bom mudar de estratégia. A primeira foi o dinheiro, é claro, deve ser uma poupança e tanto, ehehe (aqui não há refeitório universitário nem nada equivalente e no prédio da psicologia nem sequer um bar tem). A segunda foi o tempo que a saída para o almoço consome e a terceira começar a fazer aquilo que o grupo faz... se para mim é bizarro vê-los almoçar, para eles deve ser bizarro eu sair para almoçar e, afinal, eu sou a minoria.
Inicialmente, comecei por levar umas sandwiches, iogurte, etc. fazer a coisa discretamente, mas acontece que a meio da tarde já estava desesperada de fome. Então, comecei a abordar a ideia de levar almoço. Depois de me convencer tive que convenser o O Cris, que achou bizarro e recusou a ideia, mas fui indo... comecei a pesquisar na internet que raio de comida poderia levar (porque aquelas comidas de cozinhar no micro-ondas estavam fora de questão) e teria que ser criativa para não comer massa todos os dias, eheheh. Fui pensanso em coisas e fazendo a despensa (como diz o Cris "eu sou fogo", devo ser mesmo, porque ele diz isso com alguma frequência, eheheh) e quando finalmente ganhei coragem e comprei os taparewares, o Cris veio com o argumento que faltava um saco para levar aquilo, que não podia levar junto com o computador, etc (afinal, ele também é fogo...). Achei sensato, então tive que esperar até resolver esse problema, porque ir com o saco de plástico na mão como alguns fazem também é demais! Ontem decidi fazer uma bolognesa super boa e, estrategicamente, já pus uma massa a mais (confesso que não me ocorreu nada mais além da massa, tenho que continuar a pesquisa...) e hoje foi o dia!
Houve dois momentos difícieis: (1) entrar no laboratório com o meu tapaware na mão para pôr no frigorífico; e (2) ir buscá-lo, pôr a aquecer e comer, em silêncio como eles fazem (aqui a refeição não é momento de socialização, apenas de inserir nutrientes no estomâgo). Morria de vergonha de abrir o tapaware (eles aqui aquecem com tampa não sei porquê, mas fiz igual. Afinal, passei uma semana a observa-los para ver como deveria fazer) e vir aquele cheiro a comida... bom, mas depois que ganhei coragem e fiz não foi traumatizante (na verdade, ninguém liga para o que os outros fazem). Comi em frente ao computador e não sujei nada (de tanto observar acho que aprendi até a comer, ehehe). Opinião: a bolognesa estava boa, mas perdeu metade da graça pelo contexto em que foi comida. Contudo, o almoço levou apenas 10 min. tudo isso, porque respondi a um email em simultâneo, mas desisti de responder aos outros, porque ainda não estou tão coordenada. Acredito que até ao fim do mês consiga!) e voltei ao trabalho. Pelo tempo valeu a pena, pela carteira precisarei de mais umas semanas para sentir. Mas estou feliz por ter vencido o desafio! Ah, o Cris também levou a dele e comeu, mas não achou graça...

The Lady of the Garden

O aparecimento desta foto aqui no blog tem a ver com uma história que envolveu uma coincidência incrível. Logo nos primeiro dias, em nossas infalíveis excursões por Ann Arbor, havia reparado nela, sem saber nada a seu respeito. Solitária em seu jardim, com uma expressão serena e elegante, sob a copa de árvores antigas, ela parece contemplar incansavelmente o insondável. O que estará a esquadrinhar? Deixo a pergunta suspensa para que cada um possa dar a sua própria resposta. Os dias foram passando, e, depois que comecei a frequentar a biblioteca sobre a qual falei em outro post, a "dama do jardim", por estar no trajeto que costumo fazer todos os dias, tornou-se objeto rotineiro de minha contemplação. Intrigado e absorto, não conseguia conter elucubrações sempre que a via, bela e eterna em sua majestade. Será ela uma dessas divindades pagãs? Acaso poderá ser uma dessas criaturas das mitologias antigas que habitam os nossos sonhos? Será uma sílfide? Eis que um dia, ainda mergulhado em pensamentos sobre minha "dama do jardim", segui meu caminho, e, enlevado, logo depois de vê-la mais uma vez, reparei no prédio que fica ao lado de meu jardim feérico. Curioso, achei que valia a pena me deter um pouco, para ler a placa que conta uma anedota sobre esse prédio. Chamado Martha Cook em homenagem à mãe de William Cook, ex-aluno da University of Michigan, que cedeu um patrimônio enorme para a universidade, esse prédio, parte do espólio deixado por Cook, foi, durante algum tempo, residência para estudantes do beau sexe. O mais interessante é o detalhe que vem na sequência... Conta-se ali que, para a celebração do quinquagésimo aniversário do prédio, em 1967, estudantes e amigos da Martha Cook Residence resolveram oferecer um presente, qual seja, a nossa hipnotizadora figura do jardim, esculpida por Paul Suttman, que lhe deu o nome que também intitula este post. A incrível coincidência de que falei no começo desta história tem a ver com o cognome que, com o tempo, foi dado à "dama do jardim". Assombrado e feliz, descobri que lhe passaram a chamar, emblematicamente, Eva.


Tuesday, November 8, 2011

Bibliotecas


Esta é a sala de leitura da Legal Research Library, da University of Michigan. Logo que chegamos, há três semanas, fizemos várias caminhadas de reconhecimento de terreno, e um dos lugares por que passamos foi essa biblioteca, que nos surpreendeu bastante. Embora seja enorme, é apenas a biblioteca da faculdade de Direito. Há muitas outras espalhadas pelo campus. De todas, a que me pareceu mais atraente como lugar de estudo foi essa, pela sua tranquilidade e beleza de seu átrio, que se estende por um comprimento de uns cem metros, com largura que deverá estar perto dos quinze metros. Construída em 1931, tem uma arquitetura que deverá misturar muitos elementos, mas acho que prevalecerá o neogótico. Há muitas janelas de vidros opacos, que proporcionam uma iluminação diáfana muito agradável. Com uma altura que estará próxima dos vinte metros, o teto, de madeira entalhada, é sustentado por doze vigas adornadas, entre as quais estão suspensas longas correntes que sustentam 24 lustres. O prédio, bem como o complexo de que faz parte, chamado Law Quadrangle, foi doado por um ex-aluno da universidade, William W. Cook. As paredes laterais do interior são revestidas de madeira entalhada com nichos para livros. Há uma pequena saída na parte sudoeste da sala de leitura, por onde se tem acesso, descendo alguns degraus, à ala nova da biblioteca, a Law Library, construída em 1981. O projeto, de Gunnar Birkerts, situa o prédio dentro de uma linguagem eminentemente moderna, o que confere ao conjunto, Legal Research Library e Law Library, uma beleza extraordinária e deslumbrante por fazer a síntese harmônica de duas tradições, a antiga e a moderna.

A Law Library fica abaixo do nível do solo, mas, ao contrário do que se poderia imaginar, tem muita luminosidade, que invade o espaço por vidraças enormes, como se pode ver nestas fotos. Com galerias, escadas, vãos e mezaninos conectados no interior de um espaço que sugere insistentemente a noção de amplitude, a Law Library da University of Michigan é uma metáfora adequada dos caminhos da pesquisa e dos meandros da busca do conhecimento.




Sunday, November 6, 2011

Autumn






Uma das coisas mais bonitas aqui são as cores do Outono. Deixo aqui umas fotos para compartilhares connosco. Acho que, em breve, estas cores vão acabar. Toda a gente comenta que já deveria ter nevado, até porque caiu um nevão imenso em Nova Iorque e Boston, mas aqui está tranquilo, por enquanto. Então, vamos aproveitar!

Três semanas

Faz hoje três semanas que chegamos em Michigan. Ao pensar nisso dei-me conta que tenho falado muito das peripécias por que temos passado, mas pouco de como tem sido a nossa vida aqui.
De início, estranhamos bastante o estilo de vida aqui. Certamente, é um modo de estar bem diferente do brasileiro e do europeu. Aqui percebe-se o que quer dizer ser uma "sociedade individualista". Não há uma perspectiva de grupo e isso nota-se nas pequenas coisas, como por exemplo nas refeições. O pessoal, apesar de estar numa sala com outras pessoas, não faz aquele movimento "quem quer vir almoçar?". Não, tem fome, vai buscar a sua comidinha e não fala com ninguém. Não por antipatia, como de início me pareceu, mas simplesmente porque acha que quem tem fome, come, não precisa de ser convidado. Isso de início foi estranho, mas agora já me habituei.
Outra coisa estranha, é que o pessoal traz a sua própria comida de casa, aquece no micro-ondas e come em frente ao computador, ou durante as aulas. Ainda não entendi porquê, mas adoram marcar palestras para o horário de almoço, então vê-se toda a gente chegar à sala, para assistir à palestra, com a sua marmitinha e come, enquanto o convidado fala. É meio bizarro, mas faz parte! Confesso, que ainda não consegui levar a minha marmitinha, mas o valor do custo de vida aqui e das refeições, em breve me fará ganhar coragem, eheheh.
Outra coisa da vida aqui é a eficência. Esse é um aspecto que me surpreende diariamente. Tudo aqui funciona! No caso de ser necessário alguma coisa não tem aquela coisa "ah, isso não é comigo" e quando se pergunta com quem pode ser, diz que não sabe, para ver com fulano de tal e quando se encontra o fulano de tal que nos manda para outro fulano que nos reencaminha para a primeira pessoa com quem já estivemos que reconhece que, eventualmente, pode ser com ele e só aí se põem a mexer e, entretanto já se passou uma manhã para resolver o problema. Pois aqui, se não sabe vai-se informar e resolve o assunto rapidamente.
Todas essas coisas nos têm feito sentir uma realidade de vida bem diferente a que estamos habituados e dá-nos muita conversa durante o jantar, ehehe e constatamos que, definitivamente, tivemos um choque cultural, ehehe.

Tuesday, November 1, 2011

Halloween






Alguns já sabem, mas no domingo, depois de termos andado não sei quantos km, ou pior, milhas para ver um carro que era uma sucata, passamos por uma quinta para apanhar abóboras. Decidimos parar o carro e fazer o mesmo, já que era esse o programa! Foi muito engraçado. Estava um frio desgraçado, mas estava cehio de gente, famílias com crianças, casais e pessoas sozinhas a escolherem a sua abóbora. Eles têm toda uma estrutura montada, com um carrinho para pôr a abóra e o resto é connosco. Nós com pensamento de brasileiro (e tuga, I know!)achamos que tendo que andar horrores para apanhar a nossa abóbora ela teria um bruto desconto. Óbvio que não, ainda tive que levar com a ironia do senhor de eu ter sorte por não pagar mais por ter o privilégio de contactar com a natureza e colher a minha própria abóbora. Mas foi bem divertido e chegamos a casa com o desafio de descobrir como se fazia a decoração. Para mim não tinha grande ciência era cortar qutro triângulos que fariam os olhos, a boca e o nariz. Mas óbvio que o cris não foi na minha história,ele é todo perfeccionista e foi pesquisar na internet como se fazia. Então, tem todo um processo: 1º faz o esquema no papel; 2º cola o papel na abóbora; 3º picota o desenho; e 4º faz os cortes finais. Para iniciados acho que nos saimos super bem, o probelma é que não tinhamos velas e não podemos iluminá-la. Foi uma pena, mas divertimo-nos bastante. Ah. e agora teremos uma bela sopa de abóbora e vou descobrir como se faz a tal da pumpkin pie, super famosa, mas até agora ainda não consegui provar nenhuma...

walk-in closet




Ah, quase que me esquecia de contar o melhor do nosso aparatmento: tem um walk-in closet!!!!!!! Não é o máximo! Contudo, a casa tem tanto armário, que não sei o que é suposto colocar no tal do closet, mas tenho tentado descobrir. Vejam só!

Mobilar a casa


Vou contar a odisseia do fim-de-semana e de ontem para tentar mobilar minimamente a casa. Tinhamos casa mas não tinhamos mais nada. Então, alugamos um carro para para fazer as compras de coisas básicas (edredon, pratos, copos, talheres, uma panela, torradeira, máquina de café)e achamos que o resto dos móveis comprariamos em garage sale, que parecem fazer muito sucesso por aqui. A nossa conclusão, ao fim de muitas visitas foi que as pessoas vendem tudo o que não interessa, porque mesa, cadeiras, sofá, nada! Contudo, fomos a uma que, por sorte, tinha uma mesa de estudo, uma cadeira e dois candeeiros. Negociamos com elas e elas aceitaram vender a mesa, a cadeira e um candeiro por 55 dólares. Pareceu-nos bem e fechamos o negócio. A parte engraçada veio quando tentamos pôr tudo isso no carro. Com elas a ajuajudar, inclusive descobriram como se desmotava os bancos de trás, mas a mesa não cabia mesmo. Então, uma das irmãs ofereceu-se para vir trazer a mesa a nossa casa ao fim do dia. No horário combinado lá veio ela, com um filho gigante para carregar a mesa e o par do candeeiro que não tinha sido vendido para nos oferecer. Então, trouxemos as coisas para cima, eles entraram na nossa sala completamente vazia, apenas com um estendal de roupa (Airi, é mesmo verdade. Quando eu vi o estendal numa sala vazia só me lembrava de ti, mas ainda não consegui um ferro, ehehehe) perceberam a nossa situação. Acho que nos acharam queridos e viram que foi uma boa causa terem dado o segundo candeeiro e fazer o transporte gratuito.
Entretanto, na Student Union (um prédio chiquérrimo, com uma sala de estudo com lareira, poltronas de couro, somente para os alunos estudarem, uau) informaram-nos que havia um depósito da Universidade que vendia móveis baratos e achamos que seria uma boa irmos lá, procurar a nossa mesa e o sofá. Óbvio que esse depósito é completamente fora do campus, num lugar inacessível (ainda não entendi poorque nesta cidade insistem em colocar esses locais claramente dirigidos a estudante em zonas completamente inóspitas). Depois de andar uma hora no bus da universidade que pára em tudo o que é canto lá chegmos ao tal do depósito. Infelizmente, não tinha o que procuravamos, mas tinha duas cadeiras lindas, que nos pareceram úteis. Já não precisavamos de comer no chão, porque já tinhamos uma secretaria, mas só tinhamos uma cadeira, então achamos que mais duas viriam a calhar. O problema era como levar... no bus, claro (aparte, teriamos que apanhar três para chegar a casa...)e lá viemos com as cadeiras na mão. O bus é que não havia meio de vir e como aqui, às 18h deixa praticamente de haver bus, achamos que o melhor era irmos andando até a um ponto mais central. Lá fomos, com duas cadeiras na mão. Quis tirar uma foto, mas achei melhor poupar as minhas ebergias para carregar a cadeira, eheeh. Chegamos ao ponto e lá conseguimos entrar no bus. O motorista não encrencou com a cadeira e lá fomos. Trocamos de bus e tudo tranquilo (aparte todos olharem para nós). Óbvio que já estavamos fora do horário de circulação alargada e o bus para no terminal do campus central e nós para irmos para o bus que nos traria a casa teriamos que ir a pé até à nossa paragem. ok, let's go! Agora, imaginem o motista do nosso bus final não nos deixou entrar. Disse que era para trasnporte de passageiros e não de materiais. deu-me vontade de matar o homem, ele não percebeu que se tivessemos outra forma de levar as cadeiras para casa o fariamos?! Acho que ninguém anda duas horas com uma cadeira na mão para apanhar o bus tendo alternativas, certo? Pena que há pessoas que não entendem... bom, moral da história, tivemos que andar mais não sei quanto tempo para apanhar um táxi, o que também foi um desafio. Aqui os táxis não andam pela rua (passam a toda a hora uns carros super iluminados que parecem carros, mas são de entrega de comida) e chegamos!!! Uhuhu



No outro dia não consegui pôr muitas fotos da casa, mas agora aqui vão mais algumas!
Como vêm a cozinha pequena continua a acompanhar-nos!


Um esquilo visto da nossa janela. A ideia era fotografá-lo enquanto fazia pose, mas ele mudou de ideias muito rápido, eheheh