Saturday, February 11, 2012

Mais um ano




Ontem, entrei no último ano da vintena. É engraçado, porque desde pequena sempre achei os 30 uma idade tão distante e, agora, estou quase lá!
Por coincidência, este foi o primeiro aniversário que passei sem a minha família, talvez para me mostrar como estou mesmo adulta. Até aqui, mesmo com a distância, sempre tinha tido a sorte de passar o dia com eles e este ano as coisas foram diferentes. Na verdade, é impossível repetir a magia dos aniversários de quando se era criança, por isso gostei desta experiência de aniversário a dois. Divertimo-nos bastante, até tive direito a busca de presentes pela casa e aproveitamos para conhcer alguns pontos gastronómicos de Ann Arbor, em que ainda não nos tinhamos aventurado. Foi uma emoção, porque de tanto pedir para nevar no meu dia de anos, caiu a maior neve, com direito a uma tempestade imensa. No entanto, eu achei o máximo, porque cresci com a minha avó a contar que no dia que eu nasci estava tanto frio em Lisboa que até nevou (acho que não é verdade, porque pesquisei nos jornais e não encontrei nenhum relato de neve nesse ano, mas essa era a forma de ela me mostrar que eu era especial e sempre achei mágico esse relato da neve exclusiva para mim e ontem aí esteve toda a neve!).
Então, foi uma óptima experiência de se viver, em particular, por se poder contar com a presença de todas as pessoas queridas à distância. O triste foi cantar os parabéns a dois, apesar do esforço do Cris em cantar as várias versões de parabéns que conhecia, faltavam pessoas. No entanto, ele comprou um bolo super bonito e pus aqui as fotos, assim sempre teremos mais audiência na nossa festa.

Tuesday, February 7, 2012

À espera de hóspedes: entre aventuras e risadas

Há poucos dias, durante a noite, saímos em uma aventura em busca de um colchão para termos a alegria de recebermos hóspedes, aventura que resultou em ótimas risadas e em um certo regozijo com a nossa capacidade imaginativa. Sem falsa modéstia, sentimo-nos orgulhos de nossa destreza para descobrirmos soluções em situações pouco vulgares. Permitam-me contar-lhes brevemente o que sucedeu. Depois de muito procurarmos um colchão confortável nos lugares convencionais, como as grandes lojas de departamento, mas sem termos sucesso, tendo em conta que os colchões disponíveis nesses lugares não são apenas cômodos, mas também impagáveis, começamos a ficar desconsolados. Lembramo-nos, no entremeio, das estratégias de sobrevivência a que tivemos que recorrer mais de uma vez depois de nossa chegada em Ann Arbor e nos primeiros dias que passamos nas terras dos EUA. Saber adaptar-se às circunstancias é um estilo de vida. A ideia de um colchão de ar pareceu-nos abominável, de modo que entramos no espírito muito estudantil da cidade em que nos tocou viver, ou seja, abraçamos uma prática comum aqui, cuja origem está no incessante trânsito de estudantes que chegam e que partem. Em um ambiente onde há muita necessidade de desapego por causa do sentido provisório que dá cor à vida estudantil na Universidade, os fluxos e refluxos são normativos e produzem uma cultura de intensa permuta, um comércio informal. Assim, ao pensarmos nisso, fomos à Internet buscar no Craiglist o que precisávamos. Sem muito esforço, tivemos êxito.

A busca do colchão, porém, foi apenas a parte trivial de sua aquisição; o que constituiu uma verdadeira aventura com laivos quixotescos foi o seu transporte pela cidade. Seguros de que conseguiríamos levá-lo no carro, fomos ao supermercado para procurar uma corda. Bem, para ser sincero, eu não estava lá muito confiante na viabilidade desse artifício, mas Eva, que é muito mais prática do que eu, sabia que teríamos sucesso no engenhoso transporte. Seguimos, esperançosos, nosso rumo até a casa do rapaz que tinha o nosso desejado colchão. Quando lá chegamos, abriu-nos a porta um rapaz com máscara para a pele. Se não fosse um tipo muito descontraído e cordial, acho que teria sido difícil contermos o riso ao vê-lo naquela triste figura, de roupão e máscara verde no rosto. Foi bizarro. Nossa aventura, contudo, não terminou aí. Depois, aconteceu algo engraçado quando finalizamos, contentes, a amarração do colchão no teto do carro. Tomados pelo entusiasmo, fixamos o colchão no teto, mas o fizemos com tanto esmero, tanto, que junto com o colchão atamos também as portas do carro. Ena! E agora? A sorte foi que deixamos uma das janelas abertas. Não houve outro jeito de entrarmos no carro a não ser como se fôssemos bandoleiros. Ah! Ah! Ah! O que importa é que ao fim e ao cabo saímos lépidos e fagueiros da aventura, prontos para a próxima. Que venham os moinhos e os exércitos de ovelhas!

Thursday, February 2, 2012

Serão saudades?!

Um episódio muito engraçado. O nosso aquecimento é um pouco barulhento e, de vez em quando, faz uns barulhos bem estranhos. Então, no outro dia estavamos, eu e o Cris na sala e ele diz "Acho que amanhã vai estar um dia bom, já se ouvem as cigarras". Podem rir, nós também rimos um monte, em especial quando abrimos a janela e sentimos a temperatura exterior! Mas a verdade é que em casa até nos esquecemos do Inverno lá fora, então ele está mais que desculpado. Além disso, a esta altura parece-me legítimo ter saudades da praia... mas, ainda não são as cigarras...